sexta-feira, 30 de julho de 2010

Enriquecer-se junto de Deus!




Ninguém pode decidir no lugar de um outro. O próprio Jesus respeita a liberdade do homem, mas veio propor-lhe balizas para marcar o caminho sobre o qual tem escolhas a fazer. Põe-lo de sobreaviso em relação às riquezas materiais que podem paralisar ou cegar. De facto, aquele que tem as mãos crispadas sobre os seus bens está impedido de partilhar, de fazer um gesto para com aquele que tem necessidade. E depois, o seu horizonte está fechado por todas as suas riquezas que o impedem de ver o irmão, e de se ver a si próprio na luz de Deus. Quando nos deixamos olhar por Deus, permitimos-Lhe olhar onde estão as nossas verdadeiras riquezas; a oração ajuda-nos, então, a reconhecê-las para as desenvolver. (www.dehonianos.org)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Preocupados com muitas coisas!

Hoje (29 de Julho) a Igreja celebra a memória de Santa Marta, amiga de Jesus e irmã de Maria e Lázaro. 
É a máxima sabedoria saber viver a vida como um desígnio de amor, como um entrelaçar de momentos que nos são doados, como uma trama de eventos que a fé nos educa a ler como manifestação e presença de Deus que habita a nossa vida ordinária e ferial. 
É um triste espectáculo assistir o frenesin do homem moderno, incapaz de gestir o próprio tempo, absorvido pela sua pressa e ao fim sempre mais pobre de tempo para escutar a Deus e a si mesmo, sempre menos preparado  diante da vida que desconcerta com os seus imprevistos, diante da morte que despedaça toda a ilusão de ter entre as mãos os nossos dias. 
O orante bíblico sabia dizer a Deus: "nas tuas mãos está o meu destino" (Salmo 31) e a Liturgia, colocando nos nossos lábios estas palavras do salmista, nos educa a esta consciência que tranquiliza toda a ânsia diante do tempo e nos recorda que habitar este tempo é colocar-se à escuta de Deus e da sua suave paz e bem. 

domingo, 25 de julho de 2010

Quando Vos invoquei, me respondestes!

O salmo (137) que cantamos este Domingo (XVII Tempo Comum, ano C) depois da primeira leitura faz-nos dizer: "Quando Vos invoquei, me respondestes".
O Deus que nos é revelado na Biblia é disposto a escutar os nossos pedidos, compreende o nosso modo de invocar-lo, se faz próximo de quem se dirige a Ele com fé. 
Invocar-lo significa aceitar a nossa dependência a Ele e, portanto, exige a humildade. A audácia de Abraão ou a do amigo insistente do Evangelho são, neste sentido, a súplica do humilde: "não passo de pó e cinza". 
Fé e humildade se fundam no reconhecer que Deus é Pai e o é mais do que todos os pais.
A oração nos introduz no seu imenso amor: "Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós", a Ele portanto, podemos aproximarmo-nos  certos de que nos acolherá. 
Não pretendamos que Ele multiplique os milagres do pão mas que nos faça nós mesmos pães saborosos, pessoas que crescem na experiência do seu amor. 



De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças, 
porque ouvistes as palavras da minha boca. 
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos 
e adorar-Vos, voltando para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade, 
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa. 
Quando Vos invoquei, me respondestes, 
aumentastes a fortaleza da minha alma.

O Senhor é excelso e olha para o humilde, 
ao soberbo conhece-o de longe.
No meio da tribulação Vós me conservais a vida, 
Vós me ajudais contra os meus inimigos.

A vossa mão direita me salvará, 
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna, 
não abandoneis a obra das vossas mãos.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ensina-nos a rezar!





Nós não pedimos a mesma coisa a um pai, a um filho, a um amigo, a um vizinho, ao chefe da empresa. A oração dirige-se a Deus que chamamos “Pai” (“Abba” em arameu, palavra cuja melhor tradução seria “Paizinho querido”). Não se trata de pedir qualquer coisa sem mais ao nosso Pai. Jesus indica-nos os objectos do nosso pedido. Primeiro, que Deus seja reconhecido como Deus e que o seu projecto de amor sobre o mundo seja posto em acção. Em seguida, pedimos-lhe aquilo que é vital para nós: o alimento para viver, o perdão para amar, a liberdade para permanecer de pé. Eis os pedidos essenciais. Então, não hesitemos em insistir de todos os modos: se Lhe pedimos isso, Ele não pode ficar surdo. (www.dehonianos.org)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Semeador saiu a semear!

A liturgia de hoje propõe-nos a belissima parabola do Semeador. (Mt 13,1-23)
O Semeador tendo a aljava cheia de boas sementes sabe que nao pode conserva-las egoisticamente para si, mas que deve espalhà-la com generosidade, porque somente morrendo a semente gera vida nova, somente morrendo a semente cumpre a sua missão.
O Semeador consciente da sua missao espalha sementes ao vento em todas as direçoes, nao compete a ele escolher o terreno e, enquanto Sementes houver, terà que percorrer caminhos a semeà-las. É exactamente isto que recorda a Biblia: "Semeia a tua semente desde a manhã, e não deixes tuas mãos ociosas até a noite. Porque não sabes o que terá bom êxito, se isto ou aquilo, ou se ambas as coisas são igualmente úteis". (Eclesiates 11,6).
O Semeador sem se cansar, semeou em jardins espinhosos, em terra arida e infertil, semeou à beira da estrada, ainda que conhecendo os riscos desta sementeira. O Semeador não desistiu, nao pode desistir! A força da semente o impulsiona. Percorreu estradas para encontrar terra boa onde a semente pudesse encontrar acolhimento e pudesse germinar, crescer e frutificar. A semente era boa, a planta tambem a serà e o abundante fruto sera ainda melhor. Então o Semeador, talves cansado, se alegrerà porque sabe mais do que nunca que os que semeiam entre lagrimas, recolherão com grande alegria. Talvez como o Semeador, na ida vão a chorar levando a semente a espalhar, na volta porém, depois de com generosidade gastar a sua vida semeando sem descriminação, regressarão com alegria animados pelos frutos abundantes e bons. (Cf. Salmo 125 (126))
Caríssimos, nós que talves eramos terrenos bravios e vulneráveis, incapazes de produzir, fomos transformados em terrenos ferteis, produtores de bons frutos. Aliás a nossa eleição
é exactamente para produzir frutos e frutos capazes de permanecer (Cf. Jo,15). Ao mesmo tempo somos Semeadores da Palavra de Deus, portanto nao guardemos para nós tão boa semente porque presumimos de antemão que o terreno è infertil, que outros não deixarão crescer a semente, que temos medo ou vergonha ou que queremos gozar a vida, pelo contrário espalhemos com alegria e vigor de jovens as sementes porque a mim e a ti só compete semear. Queria terminar esta partilha com um belissimo poema de Ana Lins:

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Amar o próximo para converter si mesmo!

O doutor da Lei compreendeu tudo. Para ele, o próximo é o que se aproxima do seu irmão, e que tem bondade para com ele. A diferença entre o sacerdote e o levita, e o samaritano, é que os dois primeiros contentam-se em ver e passar ao lado, sem dúvida para não se sujarem ao tocar o sangue, enquanto o terceiro aproxima-se, vê e enche-se de compaixão. O sacerdote e o levita conhecem a Lei, conhecem o duplo mandamento do amor: passando ao lado do caminho, respeitam a Lei que proíbe tocar no sangue... Eles sabem. Ora, é o samaritano que talvez não saiba a Lei, mas faz prova de bondade, é ele que põe em prática a Lei de Deus. Então, é o samaritano que terá a vida, como promete Jesus, na medida em que faz o que Deus quer, mesmo se ele não sabe. E Jesus, o Mestre, do mesmo modo que convida o doutor da Lei, convida também este a fazer o mesmo, para ter a Vida, observando verdadeiramente a Lei divina. (www.dehonianos.org)


terça-feira, 6 de julho de 2010

As palavras: Um texto clássico de Saramago. As palavras e o silêncio.

As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem desculpas. As palavras queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas.
As palavras estão ausentes.
Algumas palavras sugam-nos, não nos largam...
As palavras aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas com óleo de paciência. Os cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e inimigas. Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que fazem. Há muitas palavras. E há os discursos, que são palavras encostadas umas às outras, em equilíbrio instável graças a uma precária sintaxe, até ao prego final do disse ou tenho dito. Com discursos se comemora, se inaugura, se abrem e fecham sessões, se lançam cortinas de fumo ou dispõem bambinelas de veludo. São brindes, orações, palestras e conferências.
Pelos discursos se transmitem louvores, agradecimentos, programas e fantasias.
E depois as palavras dos discursos aparecem deitadas em papéis, são pintadas de tinta de impressão - e por essa via entram na imortalidade do verbo. E as palavras escorrem tão fluidas como o "precioso líquido". Escorrem interminavelmente, alagam o chão, sobem aos joelhos, chegam à cintura, aos ombros, ao pescoço. É o dilúvio universal, um coro desafinado que jorra de milhões de bocas. A terra segue o seu caminho envolta num clamor de loucos, aos gritos, aos uivos, envoltos também num murmúrio manso, represo e conciliador... E tudo isso atordoa as estrelas e perturba as comunicações, como as tempestades solares. Porque as palavras deixaram de comunicar. Cada palavra é dita para que se não ouça outra palavra. A palavra, mesmo quando não afirma, afirma-se. A palavra não responde nem pergunta: amassa. A palavra é a erva fresca e verde que cobre os dentes do pântano. A palavra é poeira nos olhos e olhos furados. A palavra não mostra. A palavra disfarça. Daí que seja urgente moldar as palavras para que a sementeira se mude em Seara. Daí que as palavras sejam instrumento de morte - ou de salvação. Daí que a palavra só valha o que valer o silêncio do ato.
Há também o silêncio.
O silêncio, por definição, é o que não se ouve. O silêncio escuta, examina, observa, pesa e analisa. O silêncio é fecundo. O silêncio é a terra negra e fértil, o húmus do ser, a melodia calada sob a luz solar. Caem sobre ele as palavras. Todas as palavras. As palavras boas e as más. O trigo e o joio.
Mas só o trigo dá pão.

sábado, 3 de julho de 2010

A tua Messe Senhor é grande!

“A messe é grande”. Eu porém pensava que os campos da vida fossem áridos e os tempos maus. Eu dizia: há muita terra para arar e que faz fatigar muito; para recolher, ao fim, basta qualquer um. É necessário demasiado suor para misturar com a semente, uma rede a lançar toda a noite, e talvez não apanhar nada, como Pedro no lago.
No entanto Jesus nos surpreende: “a recolha é abundante”. E nos faz compreender que o campo é seu, que é Ele que lança a semente e é Ele que faz crescer o mundo.
A recolha é tanto porque o terreno é bom; a história caminha positivamente em direcção a um verão perfumado de frutos e não em direcção de um deserto sanguinoso.
Quando existe alguém que olha e vê que o Mundo é ainda uma coisa boa, como ao início. Este alguém tem fé ainda na bondade do homem e inclusive na minha.
Todo o coração é um terreno semeado com germes divinos: passa um mistério entre o coração de cada um e Deus. Neste mistério, eu, “recolhedor” e pastor não intervenho, mas admiro e agradeço. O “recolhedor” procura o Senhor, porque o trabalho mais cansativo o fez já um outro, Aquele que ainda sai a semear sobre pedregulhos e entre espinhos, nas estradas e em terreno bom com mãos cheias, com coração cheio.
Mas quem recolherá os frutos da paz, da justiça, da alegria? São os discípulos enviados dois a dois. Também tu (como também eu) és chamado a acrescentar o teu nome no elenco dos 72 enviados. És o 73º discípulo. Também tu podes escrever hoje o teu evangelho. Recebeste a mesma missão dos doze: “anunciar que o Reino de Deus está próximo”.
A dúplice missão do enviado é: existir para Deus, para curar a vida. Ou ao menos cuidarmos, se curar não podemos, de rebanhos e de messes, de dores e de asas, de um mundo bárbaro e estupendo.
Frei Gilson Frede

Atualidade

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres

É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

Aqui escreves TU