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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Ser homem para ser santo!

Hoje celebramos com alegria a solenidade de todos os santos e a jornada da santificação universal. Sim… universal, porque a santidade não é um apanágio de ninguém mas é uma vocação de todo o crente que procura viver a própria existência dando credibilidade ao homem Jesus. Ser santo é revestir-se do nosso ser profundamente humanos deixando viver no íntimo do nosso ser o divino sopro que nos gerou à vida nova em Cristo e que faz tornar autêntico, apaixonado e cheio de valor o nosso ser homens.  Encontrar a própria forma de viver esta realidade não é um empresa fácil, tanto mais num tempo e numa sociedade que induz a fugir dos compromissos fortes e duradouros, do aprofundamento sério, da beleza, da lenteza com a qual acontecem as coisas grandes e nos leva a não considerar como possível a realização da nossa natureza humana à imagem e semelhança daquele que é beleza, paz, misericórdia, justiça, como dizia São Francisco de Assis, vivendo como homens e mulheres insatisfeitos, frustrados.  S

Para TI toda a minha vida!

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Quando 6 anos a trás em Cabanas de Viriato, Viseu, Portugal emetia, com os meus caros companheiros frei Caludino e Laurindo, a profissão dos conselhos evangélicos sabia que era um empenho para toda a vida. E sabia que sozinho não seria capaz de viver nenhum dos votos que livremente fiz a Deus e aos irmãos. A minha força era e continua a ser exactamente: Deus e os irmãos. Seis anos depois continuo com a mesma determinação e alegria e se o tempo voltasse para trás mil vezes, mil vezes renovava o mesmo empenho de vida. Alías aquele SIM inicial cresceu e tornou-se um SIM ainda mais radical e confiante e tornou-se um SIM para toda a vida. Exactamente porque perpétua devo renová-la todos os dias. Hoje de modo especial pronunciei leteralmente as palavras da formula da minha profissão:   Tinha iniciado com as mãos nas do Frei Matias, então vice provincial dizendo EU frei Gilson Frede… apresentando -me assim ao Senhor e à comunidade dos frades e dos crentes em Cristo com o meu caminho, com

Quero Ficar em casa Tua

A história de Zaqueu é uma história de olhares... Há o olhar de Zaqueu, que procurava ver quem era Jesus; correu e subiu a um sicómoro para ver Jesus que devia passar por aí. Há o olhar de Jesus que, ao chegar a esse lugar, ergueu os olhos... Há, enfim, o olhar da multidão, que, ao ver tudo isso, recriminava Jesus por ir a casa de um pecador. Três olhares, tão diferentes uns dos outros! Bem o sabemos: o olhar é uma linguagem para lá das palavras. Os nossos olhares falam muito mais do que tantos discursos. As nossas palavras podem mentir, os nossos olhares não. Reparemos no olhar da multidão, em primeiro lugar. Jesus tinha curado um mendigo cego; ao ver isso, a multidão celebrou os louvores de Deus. Ao ver o maravilhoso, a multidão maravilhou-se. E depois, tudo muda de repente. Após a atitude de Jesus para com Zaqueu, a multidão olha Jesus com hostilidade. Versatilidade das multidões, sem dúvida. Mas também versatilidade dos nossos próprios olhares. Basta uma coisita de nada para que o

Partir o Pão para todos os Povos!

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Celebramos hoje em toda a Igreja a Jornada Mundial das Missões “para promover o anuncio do Evangelho no coração de cada pessoa, de cada povo, cultura, raça, nacionalidade”, é este o objectivo que o Papa Bento XVI estabelece para este ano. Mas tal anuncio não é eficaz se quem o propõe não é uma testemunha credível nutrida “pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pelo estudo das verdades da fé” de facto “os homens do nosso tempo, talvez inconscientemente, pedem aos crentes não somente de ‘falar’ de Jesus, mas de ‘fazer ver’ Jesus em cada ângulo da terra diante das gerações do novo milénio e especialmente diante dos jovens de todos os continentes, destinatários privilegiados e sujeitos do anúncio evangélico”. Nós sabemos hoje que a missão não é uma questão meramente geográfica. Muitas Igrejas que num passado não muito distante doaram com generosidade numerosos missionários a todos os continentes, contam hoje entre os seus membros muitos “filhos da missão”. A missão pode ser defi

Diante de Deus!

Este fariseu é vilão, nada simpático, olhando apenas os seus méritos, tomando-se por modelo de virtudes! Este publicano, que exemplo de humildade! Não se coloca à frente, baixa os olhos, reconhece-se pecador! Atenção! Não andemos demasiado depressa! O fariseu é um homem profundamente religioso, habitado pela preocupação em obedecer à Lei de Deus. Vai ao Templo para rezar e a sua fé impregna toda a sua vida. Mais ainda, dá à sua fé uma cor de acção de graças. E Jesus não havia dito “aquele que violar um dos mais pequenos preceitos da Lei será tido como o mais pequeno no Reino”? O publicano, ao contrário, é um homem a não frequentar. Fica à distância, porque lhe é proibido entrar no Templo. É um colaborador dos Romanos, contaminado pela impureza dos pagãos. E é um “ladrão profissional”, como Zaqueu! Finalmente, o fariseu tem razão em experimentar um sentimento de desprezo para com este publicano que todo o mundo detesta. O próprio Jesus havia dito: “Se o teu irmão pecar e recusar escut

Ecce quam bonum et quam jucundum habitare fratres in unum!

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Quem quer ser franciscano deve compreender que o grande ideal é aquele de ser irmão. Para muitos o nosso ideal é belo porque vivemos juntos. Mas não está no viver juntos a beleza do nosso carisma mas no viver juntos como irmãos dados uns aos outros pelo Senhor. Hoje a minha pequena fraternidade viveu um dia muito especial: recebemos a visita do vigário da nossa Ordem, Frei Felice Cangelosi. Se trata de uma visita fraterna em que o nosso irmão nos escutou e nos confortou confirmando-nos na nossa vocação franciscana-capuchinha. Recordou-nos que nós os frades temos não somente uma longa história a contar, mas também e sobretudo a urgência de um testemunho de vida para oferecer. É nossa obrigação procurar transmitir de geração em geração aos homens e mulheres a mensagem franciscana de Paz e Bem. Francisco foi um homem verdadeiramente de paz: procurou viver o Evangelho de Jesus e com o seu exemplo de vida soube mostrar aos seus contemporâneos uma vida em fraternidade que é essencialmente ac

Lucas e o seu Evangelho!

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Hoje, 18 de Outubro, se celebra a festa de São Lucas Evangelista que nos acompanhou com o seu Evangelho durante este ano litúrgico que agora se encaminha para o fim.  Ele é o autor do terceiro Evangelho e dos Actos dos Apóstolos e, segundo a tradição era um médico di Antioquia de Síria. Dos evangelista é o único que não conheceu pessoalmente o Senhor. Era um pagão e foi convertido por São Paulo, do qual se torna companheiro nas viagens de evangelização. Permaneceu com Paulo durante a sua prisão (2Tim 4, 11).  O seu Evangelho se abre com um prólogo no qual manifesta as caracteristicas e a finalidade do seu trabalho. Escreve o seu Evangelho num tempo em que era já claro que a vinda do Senhor não era eminente. Esta convicção sugere uma maior reflexão sobre a história que continua e concentra a atenção no presente.  Lucas, sem esquecer a esperança na vinda do Senhor, recorda que o futuro não anula a importância do presente mas a reforça. O Reino se decide e se constroe no hoje. O tempo p

A Bíblia e o Telefone

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13 do 10 do 10. Três números a somar 33 – um número mágico já registado pelos 33 mineiros do Chile. Uma data do calendário que vai ficar para a história: 13 de Outubro de 2010. Depois de 69 dias – mais noites do que dias – nas profundezas da terra, a mais de 600 metros de profundidade, na mina de San José, no norte do Chile, a humanidade pôde celebrar a vitória da fé e da tecnologia: os 33 mineiros “renasceram” do ventre da Mãe terra. Sãos e salvos. Emocionados e a contagiar-nos a todos com a sua saga.           Cada um destes 33 homens é uma imagem a reter para a posteridade. Mais uma vez, os mídia puseram-nos o coração a bater a uníssono com o coração de cada um deles. E com os cerca de 17 milhões de chilenos. E com os mais de seis mil milhões de seres humanos que habitam a terra. E com o coração de Deus. Há marcos inesquecíveis nesta aventura com os mineiros, uma das profissões de maior risco. Destaco a saída do primeiro mineiro. Tocou a sorte (e o risco) a Florêncio Ávalos, que s

Um Deus que faz justiça!

“É preciso rezar sempre sem se desencorajar”. Jesus tomou o exemplo da viúva que pede obstinadamente que a justiça lhe seja feita, para ilustrar o seu convite e uma oração perseverante, também ela obstinada. Mas poderíamos esperar esta conclusão: “Se vós insistis sem cessar junto de Deus com a vossa oração, então, como o juiz, Ele acabará por ceder e atenderá o vosso pedido”. Mas não! Jesus parece incoerente. Ele diz: “E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa”. É preciso rezar longamente, com perseverança, sem se desencorajar e então Deus escuta-nos depressa, sem tardar! Tudo isso não é muito lógico! Mas que quer Jesus dizer-nos? A palavra-chave é que “Deus faz-nos justiça”. É uma palavra terrivelmente ambígua. A justiça entre os homens é indispensável. Consiste em dar a cada um o que lhe é devido, a reconhecer os deveres e os direitos de cada um. Há leis para

Ecumenismo espiritual

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“Cristo chama todos os seus à unidade” com estas palavras na abertuta da Enciclica Ut unun sint , João Paulo II recordava o empenho da Igreja a que nenhum cristão deve evitar ou sentir-se excluído. Procurando despertar as consciências de muitos cristãos que vivem fechados nas próprias convições e tradições o Santo Padre insistia ainda dizendo: “como poderiam, de facto, recusar-se a fazer todo o possível, com a ajuda, para derrubar muros de divisão e desconfiança, superar obstáculos e preconceitos que impedem o anúncio do Evangelho da salvação através da Cruz de Jesus, o único Redentor do homem, de cada homem?”  Esta é apenas uma passagem da minha tese sobre o ecumenismo espiritual que hoje, depois de muito tempo de investigação e de trabalho, entreguei na secretaria do Studio Teologico Interdiocesano . Dos muitos aspectos teologicos que muito me ajudaram a crescer como homem, crente em Jesus Cristo, católico e frade capuchinho escolhi fazer a tese sobre o ecumenismo. De facto, estes an

A força da Palavra!

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Todas as semanas quando chega quinta feira, deixo tudo o que estou a fazer para fazer upload dos meus vídeos de partilha da Palavra de Deus. Carrego-os no  YouTube , no  Sapo.cv , no  Videolog , no  Vimeo  e às vezes também no  Yahoo vídeos  depois com o código de incorporação do YouTube carrego-o no meu perfil de  hi5 , de  Facebook , de  Windows live , de  Orkut  e depois ainda mando-o pessoalmente a uma meia dúzia de pessoas que mo pediram. Sempre, depois de carregar os meus vídeos vejo ao lado os vídeos relacionados e ouço sempre com muita atenção aquilo que dizem os outros sobre o mesmo tema. Aprendo sempre muita coisa e constato que este ou aquele sublinhou um aspecto do Evangelho que eu transcurei ou que aquilo que disse está muito próximo do meu discurso.  Uma média de 300 pessoas seguem semanalmente os meus vídeos e recebo todas as semanas muitos comentários com sugestões, com criticas, perguntas e elogios. A todos procuro responder imediatamente agradecendo o interesse e

A fé que salva!

Todos os pais têm a preocupação em ensinar aos seus filhos “se faz favor” e “obrigado”. Isso faz parte da boa educação. Mas estas duas palavras estão carregadas de um sentido que a criança deve descobrir progressivamente: ninguém consegue sozinho, todos temos necessidade dos outros. Reconhecer que, sozinho, não posso fazer tudo; tenho necessidade de receber, de pedir. E dizendo obrigado aos outros, reconheço que me fizeram bem. Enfim, estas palavras, que parecem tão banais, exprimem a dimensão social do ser humano. A comunidade humana e a comunidade cristã constroem-se através destas relações, destes contactos quotidianos nos quais cada um se reconhece, em todos os sentidos desta palavra. Hoje, Jesus convida-nos a recordar tudo isso na nossa relação com Deus. Os dez leprosos vieram até Ele porque reconheciam n’Ele um mestre, um enviado de Deus. Ousam pedir o que ninguém podia dar naquela época: a cura da lepra. Pedem um favor que ultrapassa as forças humanas. É a Deus que se dirigem

Vida blocada!

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No passado dia 29 de Agosto, em pleno verão saiu a notícia que dava conta do desaparecimento misterioso de uma adolescente chamada Sarah Scazzi. Tinha saído de casa com uma mochila e vestida para ir ao mar e devia passar na casa dos tios a 400 metros da sua para encontrar a prima que a acompanhava ao mar. Desapareceu em pouco tempo. A prima que a esperava não a viu chegar e não respondia ao telemóvel.  No início foram muitas as hipóteses e possibilidades para justificar o desaparecimento. Se pensou até que ela tivesse fugido ou que tivesse sido sequestrada. Este facto foi notícia quase todos os dias e ontem soubemos todos que afinal a pobre Sarah de apenas 15 anos tinha sido morta pelo próprio tio que depois a violou e deitou o cadáver num poço profundo e abandonado.  Tudo isso seria mais um facto de crónica negra de um país onde todos os dias se ouve casos mais ou menos assim. Mas aquilo que surpreendeu a todos é que o próprio tio homicida, tinha feito declarações publicas mostrando

Festa de São Francisco!

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Em todo o mundo onde vive ou trabalha um franciscano sei que hoje a primeira coisa que fez foi erguer os olhos aos Céus para agradecer a Deus por fazer parte desta imensa multidão de homens e mulheres que desde há 800 anos vivem o grande ideal de Francisco de Assis: viver o Santo Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, na minoridade, em fraternidade na paz e no bem!  Somos muitos que na melhor da nossa juventude decidimos deixar-nos seduzir por um ideal que nos faz sentir homens e mulheres livres, servidores do Evangelho. Homens e mulheres incarnados na nossa Igreja e na nossa sociedade procurando ser sal e luz.  Tenho ainda a certeza que todo o franciscano hoje, depois de agradecer, pediu perdão pelas infedelidades e afastamento de um ideal maior do que nós. Pedir perdão e recomeçar porque um carisma assim belo e jovem deve ser absolutamente transmitida de geração em geração. Sei que também os franciscanos hoje agradeceram os muitos benfeitores que com a sua generosidade permitem-nos

Servidores do Evangelho!

“Aumenta a nossa fé!” Jesus já tinha ouvido uma súplica semelhante, quando o pai da criança epiléptica lhe havia suplicado: “Vem em ajuda da minha pouca fé!” A resposta de Jesus é surpreendente, até provocadora, sem dúvida: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia”. A sua resposta, na realidade, força-nos a ir para além do imediato e do sensacional. A fé é já um caminho humano. Quando duas pessoas se amam, sabem bem que o seu amor não se pode demonstrar cientificamente. O amor descobre-se como um dom gratuito, mas constrói-se na confiança. Posso dizer àquele, àquela que amo: “Eu sei que te amo”, porque sei o que vibra dentro de mim. Mas ao mesmo tempo não posso dizer-lhe: “Creio que tu me amas”, porque não estou na pele do outro. O amor implica, pois, um salto num certo desconhecido que, no plano das relações humanas, pode, sem dúvida, apoiar-se nas provas “tangíveis”, mas que são fracas. Quand

Quero ser Amor!

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Os Santos nos surpreendem! Num periodo em que os homens da Igreja se destroem uns aos outros em busca de poder  e prestigio (a afirmação é forte mas não é minha mas é do Santo Padre que no entanto partilho na íntegra) eis que, graças a Deus, nos sãos apresentado logo ao início deste mês de Outubro, mês das missões, duas figuras incontornáveis da santidade cristã: Teresa de Menino Jesus e Francisco de Assis.  Eu há muito tempo deixei de imaginar os santos como pessoas celestes, distantes e distraídas da nossa realidade. Para ser verdadeiro desde quando conheci Francisco de Assis os santos tornaram-se para mim uns amigos que me inspiram constantemente nesta luta titânica para ser sal da terra e luz do mundo .  Santa Teresa de Menino Jesus que passou toda a vida fechada num Mosteiro foi declarada padroeira das Missões e Doutora da Igreja. De facto sempre quis ser missionária e não cessava de rezar por aqueles pelo mundo anunciavam a Boa Notícia. Desmente categoricamente aqueles que pensam