domingo, 12 de junho de 2011

Santo António!



Verdadeiramente é um grande para um discípulo do Senhor poder aplicar a si o magnifico texto de Isaías que Jesus em Nazaré aplicou a si mesmo: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres...”.
Na verdade o Espírito esteve sobre frei António de Lisboa, que levou a feliz notícia, o Evangelho da paz, aos pobres com um sucesso extraordinário. Proclamou a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandou em liberdade os oprimidos de uma maneira assim extraordinário que foi canonizado (declarado santo pela Igreja) depois de apenas um ano da sua morte.
No texto de Isaías, no qual vemos claramente a acção do Espírito Consolador que cura os desesperados, que consola os aflitos, queria sublinhar o anúncio de liberdade, que nos faz ver o Espírito em acção como criador, assim como o invoca o hino de Pentecostes que ontem cantamos na liturgia.
Todos somos prisioneiros de tantos condicionamentos, provenientes do nosso temperamento, das circunstâncias, do estado da nossa saúde, das relações que nem sempre são harmoniosas… E procuramos libertação.
Mas a verdadeira libertação vem de maneira inesperado, de modo paradoxal do Espírito de Deus, que não resolve os problemas, mas os supera, levando-nos a viver mais em alto.
Na vida do Frei António podemos constatar esta libertação operada pelo Espírito. Antónia poderia ser um grande desiludido, deprimido, porque todos os seus projectos foram revolucionados. Queria ser missionário, queria até morrer mártir e para isto embarcou para ir anunciar o Evangelho entre os muçulmanos. Mas a sua viagem não chega ao fim previsto: em vez de se desembarcar nos países árabes foi desembarcar entre os cristãos, em Sicília e depois ficou em Itália.
Poderia passar o resto da sua vida e lamentar de si mesmo: “não posso realizar a minha vocação!” No entanto floresceu onde o Senhor o havia inesperadamente plantado: começou imediatamente a pregar o Evangelho, a fazer o bem que podia e ganhou uma fama extraordinária.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ergue-se Deus o Senhor!



O Senhor Ressuscitado voltou para a Galileia pagã. É ali que ele tinha iniciado a anunciar a conversão e o Evangelho do Reino (Cf. Mt 4,15.17.23). É ali, naquele lugar de fronteira, que ele tinha marcado encontro com os seus discípulos, que se afastaram quando ele, o pastor, tinha sido ferido (Cf. Mt28,8-10). Voltou aos lugares do início, para dar-lhes a plenitude: o ressuscitado é a luz decisiva que ilumina todos aqueles que caminham nas trevas e na sombra da morte.
Ele convocou os discípulos sobre uma montanha, como ao início também os tinha conduzidos sobre o monte, quando falou-lhes anunciando a via da felicidade do Reino dos céus (Cf. Mt 5,1). Deus também tinha convocado o povo aos pés do Sinai quando quis fazer dele a sua “ekklesia” (cf. Es 19). O Ressuscitado está sobre esta montanha em Galileia, que simboliza o encontro entre o céu e a terra, declarando-se, solenemente, como aquele que recebeu toda a autoridade nos céus e sobre a terra (Cf. Mt 28,18). Do cimo desta montanha ele envia os discípulos- e neles, com eles, todos nós que os seguimos longo a história- para convocar a Igreja para reuni-la dos quatro pontos cardeais do mundo no seu Reino; ninguém é excluído pela palavra e pela partocipação á vida da família divina: a comunhão do Baptismo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Cf. Mt 28,19-20).
Hoje nós, como os onze discípulos sobre a montanha, o adoramos e reafirmamos a nostra obediência ao seu comando missionário. Ele parece ausente mas na verdade está sempre presente entre nós (Cf. Mt 28,20). É por isso que se fez homem no seio da Virgem Mãe: para ser o Emanuel, o Deus connosco (Cf. Mt 1, 23) até ao fim do mundo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Regresso!!

Os “seguidores” amigos e leitores mais atentos do nosso Poço da Palavra deram perfeitamente conta que nestes últimos dias o blog tem sido de alguma forma transcurado e muito pouco actualizado. Agradeço os que, preocupados, mandaram-me mensagens querendo saber se estava tudo bem comigo e com o blog. Efectivamente está tudo muito bem. O facto é que, terminada a minha bela estadia em Itália, regressei para a minha terra Cabo Verde. O regresso em si (cerca de seis horas de viagem) não justificaria, no entanto, um período assim longo de quase ausência. Mas não quis regressar definitivamente para Cabo Verde e ultimar a minha preparação para a Ordenação presbiteral (10 de Julho 2011) sem antes visitar em Portugal os confrades e amigos que no passado (e ainda no presente) contribuíram significativamente para que o meu percurso nunca fosse uma coisa só minha mas fosse partilhado em fraternidade. Neste tempo de viagem não tive tempo suficiente para escrever post para o nosso blog. Peço desculpas e agradeço os que não deixaram, entretanto, de continuar a visitar o blog. No entanto tentei sempre colocar os vídeos das respectivas semanas litúrgicas.
Devo deixar aqui expressamente registado com alguma satisfação a minha grande alegria em ter encontrado muito dos “seguidores” e frequentadores do Poço. De todos recebi palavras de incentivo e de amizade. Tive também o gosto e o prazer de conhecer pessoalmente alguns amigos Facebokianos que até então conhecia somente virtualmente. Tudo isto reforçou a minha ideia de que vivemos, cada vez mais, numa aldeia global e que é cada vez mais fácil cruzarmo-nos pelas esquinas da vida.
De regresso a Cabo Verde os superiores destinaram-me ao convento capuchinho de São Loureço pelo menos até à minha ordenação que será no próximo dia 10 de Julho. Vou agora entrar num período de intensa preparação para viver bem o este importante evento da minha existência. Convidava e agradecia a todos os amigos a juntarem-se a mim na oração para que eu seja fiel à minha missão e feliz na minha vida. Agradeçam comigo o Senhor pela sua misericórdia e fidelidade.
Se eu não tiver amor, nada sou!

Atualidade

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É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

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