quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A liturgia do 4º Domingo do Tempo Comum garante-nos que Deus não se conforma com os projectos de egoísmo e de morte que desfeiam o mundo e que escravizam os homens e afirma que Ele encontra formas de vir ao encontro dos seus filhos para lhes propor um projecto de liberdade e de vida plena. A primeira leitura propõe-nos – a partir da figura de Moisés – uma reflexão sobre a experiência profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, que Deus chama e que Deus envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens. Através dos profetas, Deus vem ao encontro dos homens e apresenta-lhes, de forma bem perceptível, as suas propostas. O Evangelho mostra como Jesus, o Filho de Deus, cumprindo o projecto libertador do Pai, pela sua Palavra e pela sua acção, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte. A segunda leitura convida os crentes a repensarem as suas prioridades e a não deixarem que as realidades transitórias sejam impeditivas de um verdadeiro compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos. (www.dehoneanos.org)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Paulo, homem da unidade!

Hoje vemos o poder de Deus em São Paulo, que de perseguidor tornou-se Apostolo que acolheu a fé em Cristo e a difundiu, com uma fecundidade apostólica extraordinária, que ainda não cessou. Mas porque ainda estamos na semana de oração pela unidade dos cristãos, reflictamos sobre alguns aspectos da conversão de Paulo que podemos relacionar com a unidade dos cristãos. São Paulo preocupava-se ao máximo com a unidade do povo de Deus. Foi exactamente este motivo que o levara a perseguir os cristãos: ele não tolerava nem mesmo o pensamento que alguns homens do seu povo se afastassem da tradição antiga, ele que tinha sido educado, como ele mesmo diz, à exacta observância da Lei do Pais e era cheio de zelo por Deus. Aos judeus que o escutam depois de ter sido preso ele compara o seu zelo ao zelo deles: “… cheio de zelo por Deus, como hoje o vós o sois”. É portanto possível ser pleno de zelo por Deus, mas de modo errado. O mesmo São Paulo o diz na carta aos Romanos: “eles estão cheios de zelo, mas não é o zelo segundo Deus”, é um zelo por Deus, mas concebido segundo os homens. (cfr. Rm 10,2) Ora, enquanto Paulo, cheio de zelo por Deus, usava todos os meios e em particular aqueles violentos para manter a unidade do Povo de Deus, Deus o “converte” completamente, dirigindo-lhe aquelas palavras que revelam claramente qual seja a verdadeira unidade. “Quem és tu. Senhor? Disse-me: Eu sou Jesus, o Nazareno, que tu persegues” . Nas três narrações da conversão de Paulo muitos detalhes mudam: alguns são acrescentados, outros desaparecem, mas estas palavras estão sempre lá, porque são verdadeiramente centrais. Paulo evidentemente não tinha consciência que estava a perseguir Jesus, algemando os cristãos, mas o Senhor neste momento revela-lhe a unidade profunda existente entre ele e os seus discípulos: “Eu sou Jesus, o Nazareno, que tu persegues”. Talvez aqui Paulo teve a primeira revelação do corpo de Cristo, do qual falou depois nas suas cartas. Todos somos membros de Cristo pela fé nele: nisto consiste a nossa unidade O próprio Jesus funda a sua Igreja visível. “O que devo fazer, Senhor?” pergunta Paulo, e o Senhor não o responde directamente: “vai para Damasco; lá serás informado de tudo o que deves fazer”. Manda-lhe portanto à Igreja, não quer para o seu Apostolo uma conversão individualística, sem nenhuma relação com os outros discípulos. Ele deve inserir-se na Igreja, Corpo de Cristo, ao qual deve aderir para viver a verdadeira fé. Depois da sua conversão Paulo conservou no coração o desejo de estar unido ao povo de Israel. O escreve na carta aos Romanos com palavras que não podemos ler sem alguma comoção: “digo a verdade em Cristo, não minto, e a minha consciência me dá testemunha no Espírito Santo: tenho no coração uma grande dor e um sofrimento contínuo. Queria de facto ser eu mesmo anátema, separado de Cristo em vantagem dos meus irmãos, meus consanguíneos segundo a carne. Eles são Israelitas e possuem a adopção de filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas, os patriarcas, deles provêm Cristo segundo a carne, ele que está acima de todas as coisas, Deus seja bendito pelos séculos”. Cada cristão devia ter esta tristeza contínua, que não impede de ser alegres em Cristo, porque é uma tristeza, segundo Deus, que nos une ao coração de Cristo. E o sofrimento pelo povo de Israel que não reconhece Cristo, pelos cristãos que estão divididos e não alcançam a unidade que o Senhor quer.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Reino de Deus está próximo!



No Evangelho de Marcos é a primeira pregação de Jesus. É uma pregação muito breve mas oferece uma síntese muito feliz dos temas fundamentais de toda a sua pregação e da pregação dos seus discípulos: o cumprimento do tempo, o Reino de Deus, a conversão, a fé no Evangelho. Depois temos a chamada dos primeiros discípulos: é o paradigma concreto de toda a sequela. Existem dois indicativos teológicos que são a razão dos dois imperativos antropológicos: é chegada a hora messiánica, a espera terminou porque o Reino de Deus fez-se próximo, é já presente na história, por isoo não é possível deferir a decisão, ocorre converter-se, mudar a mentalidade e a direcção do caminho passando a crer no Evangelho. Conversão e fé não são duas acções que se sucedem, mas dois momentos do mesmíssimo movimento: o movimento negativo do abandono, o movimento positivo que consiste em fundar a vida no Evangelho, isto é crer, colocando no seguimento de Jesus, exactamente como Simeão e André, Tiago e João. Evangelho é a palavra grega que significa feliz notícia, e uma boa notícia naturalmente traz a alegria. O Reino de Deus é a expressão que resume toda a alegria. Jesus é este Reino que irrompe na história da humanidade: a alegria está ao nosso alcance. Quem decide seguir Jesus está certo que alcançará também ele esta alegria verdadeira e profunda.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O que procurais?


A história e a cultura nos fazem tropeçar na vida de Jesus e na sua pessoa. Em cada época acontece aquilo que o evangelista João descreve assim: «E havia entre o povo uma grande murmuração a seu respeito. Uns diziam: “É homem de bem!”. Outros, porém, afirmavam: “Não; o que Ele anda é a desencaminhar o povo!”» (Jo 7,12). O hebreu Jesus continua sendo para nós pedra de tropeço: as suas escolhas de vida, os seu gestos, nos deixam mal dispostos, nos provocam! Jesus não está calado e tranquilo: si nos apresenta com seu anti-conformismo além de todas as modas, com as suas estranhezas embaraçantes e a sua novidade. 
A palavra de Jesus nos penetra porque nos abre a uma vida diferente: e a nossa primeira reacção é o medo de ter que mudar, ou talvez de poder mudar. Ao mesmo tempo sentimos uma atracção profunda por ele, pelo seu fortíssimo amor por toda e cada vida! Jesus não faz e não diz somente aquilo que está de acordo com o que fazemos ou pensamos nós. Jesus autónomo, manso e sincero nos contesta, nos critica: aqueles que pensam estar já da sua parte enraivecem, os outros se revoltam e exigem um respeitoso silêncio! Please, do not disturb!
E então? Cada um faz por si ou: “Mestre, onde moras?”.
Jesus se conhece fazendo estrada com ele, deixando que ele entre no nosso coração, ruminando o seu Evangelho. Preocupar-se juntamente com ele de todas as pessoas que necessitam de amor, de respeito, de escuta, de misericórdia. Jesus está antes e é maior do que toda a compreensão racional: se oferece a nós como o Filho de Deus feito carne de homem. É uma pessoa! Por isso podemos instaurar com ele uma relação de “pessoa a pessoa”, falar com ele, escutá-lo e reconhece-lo vivo no rosto e no corpo de todo o ser humano. Jesus nos atrai a segui-lo além dos nossos confins, nos provoca a habitar a sua vida nova.
Frei Marcelo (capuchinho italiano)

Para ler este e outros textos baixe aqui mesmo no blog http://poco-da-palavra.blogspot.com o Boletim Juvenil EIS-ME AQUI! Partilha esta ideia!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012


"Vinde e vereis!”... com estas palavras responde o Senhor aos primeiros discípulos que desejavam conhece-lo, saber onde habitava, conhecer a intimidade da sua pessoa. São palavras que poderiam desiludir um pouco: não podia explicar, não podia dar uma bela lição de catequese que resolvesse um pouco de problemas em vez de convidar para um caminho? Não podia dar umas regras, como no fundo pede o jovem rico, que consintam haver a vida eterna, a vida verdadeira? Se o cristianismo fosse uma filosofia, se fosse simplesmente uma moral poderia funcionar exactamente assim: escutamos a palavra do Senhor e, se nos convence a pomos em prática. Mas o cristianismo não é nada de tudo isto. O cristianismo é uma pessoa, um evento, é Jesus Cristo. Então para compreendermos a que somos chamados, para entendermos a nossa vocação a verdade da nossa vocação não temos outra possibilidade senão aquela de caminhar atrás dele. Caminhar com ele para aprender a olhar as coisas como ele. “Vinde e vereis”: é um convite do Senhor para confiar-lhe a nossa liberdade, é um despertar dentro de nós o desejo de uma vida verdadeira e plena. Mas tudo isto não é possível abraçá-lo só com a inteligência é preciso fazer experiência, é necessário pôr em jogo a própria liberdade, é necessário confiar. Só assim a proposta do Senhor pode parecer convincente e realizável. Convincente porque é capaz de dar resposta aos interrogativos mais profundos da vida e realizável porque não se pede nada senão o estar com ele, aceitar a proposta de um caminho juntos! Bom caminho!
OBS: ESTE TEXTO FAZ PARTE DO BOLETIM JUVENIL DE ANIMAÇÃO FRANCISCANA "EIS-ME AQUI" QUE PODE SER DESCARREGADO DIRECTAMENTE NESTE BLOG (LADO DIREITO DO BLOG)OU PODE SER SOLECITADO NA VERSÃO PARA IMPRESSÃO ATRAVÉS DO E-MAIL: gilsonfrede@gmail.com PARTILHA ESTA IDEIA!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Um Rei para todos!

A liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… Ele é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Cumprindo o projecto libertador que o Pai nos queria oferecer, essa “luz” incarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva. A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Jahwéh, que transfigurará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo. No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “magos” do oriente, representantes de todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a “salvação de Deus” e aceitam-n’O como “o Senhor”. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem excepção. A segunda leitura apresenta o projecto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus.

Atualidade

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres

É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

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