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A mostrar mensagens de setembro, 2012

Acolher o Bem!

Não ser estorvos para o bem Parecia que João levava uma brilhante “folha de serviço”, guarnecida com esta demonstração de zelo em relação aos “direitos de autor” de Jesus e, diante das palavras do Mestre, fica com o entusiasmo cristalizado na garganta. A resposta de Jesus continua a ser para nós que ousamos definir quem é ou não digno de usar o seu nome como caminho para libertar e para fazer o bem; é para nós que apontamos levianamente um dedo sujo de preconceitos; é para nós que pugnamos por um monopólio sobre o nome e sobre a pessoa de Jesus. É bem real a tentação de instrumentalizar Deus, de usa-l’O e geri-l’O com os nossos cálculos tacanhos, de transformar a nossa fé num sectarismo intolerante, pejado de restrições e manuais de procedimentos.  Admira-nos este Jesus que diz “ quem não é contra nós é por nós ”! Ficamos perplexos com este, aparentemente frágil, ligeiro e fácil, critério de ingresso no seu amor! Que libertador é o Mestre do amor que tem sempre um caminho es

NÃO!

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Segunda Feira, XXV Domingo do Tempo Comum As palavras do Evangelho de hoje são menos simples de quanto aparecem. Certo, a imagem de uma lâmpada que não pode ser destinada a iluminar é clara e confortante. A sua simbologia igualmente. O Senhor Jesus - a sua palavra e a sua acção em nós - é como uma luz que, não obstante as dificuldades e os obstáculos, é destinada a brilhar e a ser reconhecida.  «Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha ou a colocar debaixo da cama, mas coloca-a num candelabro, para que os que entram vejam a luz.» (Lc 8,16). Então porque são prospetadas situações tanto absurdas, como aquela um lâmpada que acaba debaixo de um vaso, com a certeza de apagar-se? Ou então debaixo da cama, com o risco de incendiar-lo? Quem de nós chegaria a gestos assim desconsiderados? Se o Mestre no lo diz, a resposta é bastante simples: exactamente nós podemos corrermos o risco de operar tais gestos.  Portanto, tende cuidado com a maneira como

A cruz e as suas consequências!

Os discípulos não compreendiam O mistério de Deus não parece estar ao alcance da razão dos discípulos. Eles não compreendem como pode um rei ser entregue e morto como um fracassado e um inútil e passam indiferentes à novidade da ressurreição. Hoje, talvez compreendamos a lógica do amor de Deus como um dado adquirido e não como um mistério que nos interroga e transforma. O escândalo e a loucura de Deus, são as bandeiras do seu reinado e nós, discípulos aprendizes, precisamos de aprender a humildade e a entrega como pré-requisitos para nos alistarmos neste exército do reino. A dúvida é a sede de quem procura a verdade. O medo é o reflexo de quem foge ao desafio. Cristo desafia-nos pelo que diz, é e faz. Não tenhamos medo de o interrogar, de nos aproximarmos do seu mistério.  Que discutíeis no caminho? Jesus conhece, no silêncio, as preocupações dos discípulos. Está atento às nossas dúvidas, aos nossos porquês e aos nossos sonhos. Tal como os discípulos, enquanto caminhamos co

(Não) Corrisponder

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Festa de São Mateus, apóstolo e evangelista  O célebre quadro da vocação de Mateus do grande pintor Caravaggio, conservado na Igreja de São Luís dos franceses em Roma condensa numa imagem - conhecida e cara a todos os cristãos - a experiência de fé que o publicano chamado a virar discípulo de Cristo viveu e depois narrou no Primeiro Evangelho. A figura do Senhor Jesus com o dedo da mão direita apontado sobreposta por um amplo raio raio de luz, parece dizer a Mateus “sentado no banco dos impostos”: “TU!”, “Segue-me” (Mt 9,9). Pedro, da sua parte, espantado e incrédulo, repete o gesto de Jesus quase dizendo: “ELE?”. Não menos espantado por tudo quanto lhe está acontecendo, Mateus, aponta o dedo da mão esquerda para si mesmo, perguntado: “EU?”, enquanto a mão direita continua a contar o dinheiro recolhido.   Caravaggio consegue dar muito ênfase a um conteúdo teológico que domina a página evangélica de hoje, assim como a inteira narração de Mateus. Reproduzindo o publ

PARTICIPAR

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Terça Feira  XXIV Semana Tempo Comum Depois de ter exortado os cristãos a esperarem-se mutuamente, o apostolo prolonga a reflexão e as recomendações em direcção à comunhão fraterna. A uma comunidade ainda incapaz de estabelecer seriamente vínculos de sincera caridade, Paulo propõe a metáfora do corpo, realidade individual mas complementar.  Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim sucede também em Cristo. (1Cor 12,12). A imersão na vida e no espírito do Ressuscitado constitui os crentes como um corpo, onde não pode habitar nenhum espírito de competição ou de ciúmes, mas onde se aprende a reconhecer na diversidade e na adversidade nos dons e nas funções a generosa mão de Deus  Vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte. (12,27). Por isso é inútil, melhor provoca danos, pôr-se em confronto com o outro, considerando-se mel