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A mostrar mensagens de dezembro, 2013

Última hora!

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Ao fim do ano (civil) nós os cristãos olhamos para os dias transcorridos e ao tempo que nos foi dado viver com especial intensidade e atenção. Reflectindo sobre o mistério da encarnação do Verbo, São João chega a afirmar que a história é já para nós como um tempo último. Não no sentido que depois não existirão outros, mas que se trata de um tempo pleno, decisivo, onde não falta nada, porque Deus descobriu todas as cartas, nos mostrou, finalmente o seu rosto.    Meus filhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que há-de vir o Anticristo. Pois bem, surgiram já muitos anticristos e por isso sabemos que é a última hora. (1Jo 2,18)  Paradoxal, mas terrivelmente verdade. A confirmação de que se trata do último tempo vem do facto que a oposição a Deus revelado na carne de Jesus Cristo pode exprimir-se já em plena força. Desde dois mil anos, de facto “poderes” diferentes dos exercidos por Deus na lógica da cruz tentam influenciar e dirigir a história. Os vemos assumindo posição de

O que nos pode ensinar o Pai Natal sobre a fé?

Muitas vezes, quando somos interpelados sobre o que queremos, crendo que no entanto não se realizará ousamos pouco e pedimos coisas. Quando porém recebemos o que pedimos, lamentamos o facto de não ter sido mais audazes, porque poderíamos poder ter mais. É o que aconteceu aos passageiros dos aeroportos internacionais canadenses de Toronto e Hamilton que estavam à espera para viajarem num voo para Calgary. Um Pai Natal virtual perguntou-lhes o que queriam para o Natal, e depois de cada um ter subido para o avião, 150 empregados da companhia WestJet se transformaram em ajudantes do Pai Natal para comprar e entregar os presentes personalizados aos hóspedes que chegavam a Calgary. Os passageiros, portanto, não receberam somente a própria mala, mas também o presente que tinham pedido apenas algumas horas antes. Mesmo se tudo isso tem bem pouco a ver com o significado do Natal e é muito mais ligado à propaganda, pode oferecer algumas lições sobre a nossa fé. Temos que perguntar “se algu

Imaculada Conceição - Nova leitura

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Maria, por uma graça e um privilégio singular de Deus omnipotente… foi preservada imune de toda a mancha da culpa original. Assim, em 1854, Pio IX formulou o dogma da Imaculada Conceição. Ele se expressou assim porque, como todos do seu tempo, pensava que a narração do pecado original referisse à história azarada de dois indivíduos - o senhor Adão e a senhora Eva - e estava convencido que a transgressão deles tivesse causado consequências dramáticas nas suas descendências.  Hoje os estudos bíblicos esclareceram, sem sombras de dúvidas, que esta interpretação não encontra fundamentação no texto sagrado. O trecho de Génesis não é uma narração televisiva de um facto que aconteceu no princípio do mundo, mas uma página sapiencial escrita com imagem e linguagem míticos para responder aos inquietantes interrogativos existenciais que desde sempre os homens se puseram: porque o homem faz, muitas vezes, escolhas insensatas que o alienam de se mesmo, de Deus e dos irmãos? De quem é a culpa se

Conversão - II Domingo do Advento

Caríssimos amigos e amigas, paz e bem! sejam bem-vindos! Espero que tenham tido uma boa semana.  Eis que, neste segundo domingo do Advento entra em cena uma das suas figuras centrais: O percursor, João Baptista. A sua entrada em cena é marcada pelo tom ameaçador que lhe é característico: O juízo está eminente! Na sua pregação o cumprimento é descrito recorrendo à ameaça. De facto, as palavras que articulam a sua mensagem parecem, à primeira vista, muito semelhantes àquelas de Jesus no Evangelho: convertei-vos porque o reino dos céus está próximo!  Todavia a interpretação da mensagem privilegia o juízo eminente que tal proximidade comporta; ela impõe com urgência uma conversão.  Nas palavras do profeta Isaias o Messias prometido é descrito, contrariamente á descrição de João Baptista, como portador de uma paz inimaginável, absoluta e consolante. O rebento de Jesse reacende a esperança para a casa de David.  Ora caros amigos e amigas, a diferença de tom entre a pregação

Também nós!

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A imagem do monte continua a guria os primeiros passos do Advento. Desta vez, porém, Isaías  não o indica como lugar de encontro pacífico entre todos os povos, mas como o teatro de maravilhoso banquete no qual serão preparados as coisas melhores, aquelas que saciam e deixam no coração profundas consolações. Será sobretudo a fome da alma - a solidão profunda que neste mundo nos acompanha e nos admoesta - a receber o presente mais desejado, porque o monte de Deus será o tempo e o espaço em que será plenamente visível a todos o rosto do Pai.   Sobre este monte, o Senhor do Universo há-de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos. [...] Ele destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces (Is 25,6.8)  O Senhor Jesus parece ser movido pelos mesmos sentimentos e pelos mesmíssimos projectos de que fala o profeta, quando sentado sobre um mont